A pandemia pelo coronavírus nos trouxe não só incertezas e medos como também desequilibrou a saúde emocional de muitas pessoas. Por exemplo, ansiedade e depressão correm lado a lado em muitas casas que agora abrigam pessoas isoladas do contato de familiares e amigos.
O estresse naturalmente aumenta nesse contexto e assim os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, também aumentam provocando algumas alterações no corpo. Sabemos que algumas doenças de pele pioram em momentos de estresse, tais como:
Dermatite seborreica do couro cabeludo (mais conhecida como “caspa”)
Para esclarecer, a dermatite seborreica é uma inflamação do couro cabeludo que provoca aumento da proliferação das células e, por isso, há a descamação da pele, mais conhecida como caspa.
Por outro lado, a causa exata ainda não foi descoberta mas vários fatores estão ligados ao aparecimento da dermatite seborreica :
- Genética
- Fungo Malassezia sp.
- Associação com psoríase
- Estresse
- Alterações hormonais
Portanto, se houve piora da caspa durante a epidemia do coronavírus a orientação é sempre procurar pelo dermatologista. Por outro lado, para ajudar, podemos dar as seguintes orientações:
– Lavar o couro cabeludo com shampoo anticaspa (prescrito pelo dermatologista de preferência)
– Lavar o couro cabeludo com certa frequência (no mínimo em dias alternados)
Resumindo, caso persista muita coceira e até mesmo desprendimento de fios com queda, em primeiro lugar você deve procurar o dermatologista para iniciar medicamentos próprios para o controle dos sintomas.
Dermatite atópica
A dermatite atópica é uma inflamação crônica da pele, muito comum em crianças pequenas e adolescentes e que gera bastante desconforto no dia a dia devido a coceira nas lesões. Em época de coronavírus, o estresse naturalmente aumenta e as lesões tendem a aparecer.
Em primeiro lugar, há uma alteração na pele que se torna mais seca e predisposta ao aparecimento de lesões em placas avermelhadas e com bastante prurido associado. Além disso, na maioria das vezes, os pacientes são atópicos, ou seja, apresentam rinites alérgicas, asma, bronquite, sinusites crônicas e outros tipos de alergia no organismo.
Há fatores que pioram a dermatite atópica:
- Estresse
- Ambientes muito frios ou quentes
- Pele desidratada
- Ambientes empoeirados
Resumindo, na piora do quadro de dermatite atópica o paciente deve ser visto pelo dermatologista que vai prescrever o tratamento ideal. Ou seja, darei algumas dicas que sempre falo no consultório de como melhorar e até mesmo prevenir que novas lesões apareçam. Confiram abaixo:
- Banhos rápidos (máximo de 5 minutos) e temperatura da água morna para fria
- Não usar sabonete no corpo todo (por exemplo, perna, abdomem e braços)
- Deixar o sabonete somente para áreas com “cheirinho” (por exemplo, axilas, região genital e pescoço)
- De preferência utilizar óleo de banho ou loções de limpeza, ao invés dos sabonetes normais
- Mais importante, a hidratação da pele previne o aparecimento das lesões.
Resumindo, hidratar a pele de 2 a 3 vezes ao dia durante (e após) a epidemia do coronavírus, principalmente após o banho, pois, além disso, ele protege a pele.
Em suma: quando aparecem muitas lesões e com muita coceira deve-se procurar atendimento com o dermatologista.
Psoríase durante o coronavírus
Em primeiro lugar, a psoríase é uma doença crônica e inflamatória da pele que causa lesões em placas avermelhadas com descamação. Além disso, pode ser acompanhada de coceira, irritação local e acometer as articulações. Para esclarecer, sabemos que existe uma causa genética e que o estresse pode aumentar o número de lesões na pele.
Mais importante é saber que todo paciente com psoríase deve ser acompanhado pelo dermatologista, pois é uma doença que não tem ura e pode ter momentos de piora. Por outro lado sabemos que durante a crise do coronavírus dificultam o acesso presencial ao Dermatologista. Enquanto isso, darei algumas orientações para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com psoríase:
- Mais importante: Hidratar a pele! A hidratação é fundamental para melhora e prevenção do surgimento de lesões na pele
- Evitar o ganho de peso, pois sabemos que a gordura aumenta a inflamação da pele
- Exercícios físicos regulares
- Evitar traumas na pele
Queda de cabelo durante o coronavírus
Muitas mulheres sofrem de queda de cabelo aguda após episódios de estresse. Por exemplo, começam a notar maior desprendimento dos fios de cabelos no banho, ao se pentear, no travesseiro e no chão da casa. Consideramos uma queda normal até 100 fios por dia. Certamente, uma mudança no padrão de queda dos fios é percebido pelas pacientes mesmo sem fazer essa contagem.
Durante a consulta é necessário avaliar alguns pontos e solicitar exames para descobrir a causa da queda. Mais importante, o exame tricoscópico do couro cabeludo é essencial para diferenciar de outras doenças como a calvície feminina.
O estresse é um dos fatores associados a queda de cabelo mais comuns. Eu costumo dizer que em períodos de estresse o corpo entende que o cabelo não é tão importante e há uma alteração do metabolismo local.
Em conclusão, esse fenômeno geralmente é autolimitado. Porém, oriento procurar o dermatologista que irá diagnosticar a causa real da queda de cabelo e iniciar o tratamento específico.
