O que são, indicações, contra-indicações.
O poder antioxidante do retinol – uma forma ativa de vitamina A traz uma ampla gama de benefícios aos cuidados com a pele e à saúde.
Segundo a dermatologista Mariana Rita Fernandes, dentre seus atributos, destacam-se a capacidade de estimular a produção de colágeno que retarda os processos de envelhecimento, promove esfoliação superficial da pele mantendo os poros desobstruídos para que não desenvolvam acne, a diminuição da síntese de melanina, que permite uma pele mais homogênea, entre outros.
O retinol, assim como, em geral, os retinóides obtidos da vitamina A, atuam no nível celular, conseguem entrar no núcleo e se ligam a sete receptores diferentes, o que explica por que tem muitos efeitos diferentes no nível cutâneo.
A tretinoina é a mesma substância do ácido retinóico, presente nas medicações conhecidas por Vitanol e Vitacid. É mais potente que o retinol, mostrando resultados em menor tempo, porém há maior chance de irritações na pele. O retinol é convertido no organismo em retinoaldeído (reação reversível) e o retinoaldeído é convertido a ácido retinóico, causando menos irritações e pode ser encontrado por exemplo, na forma de palmitato de retinol.
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O retinol puro é a forma mais potente do retinol, mas é facilmente oxidado pelo calor e pela luz, pelo que a maioria das formulações cosméticas usam palmitato de retinol (forma esterificada), que tem maior estabilidade mas também menor absorção por parte da pele. O retinol encapsulado, em que o retinol é distribuído em lipossomas, o que se pensa torná-lo mais estável durante o transporte para os receptores já está sendo comercializado em formulações prontas ou fórmulas exclusivas prescritas pelo dermatologista. Há também algumas marcas que já tentam formular produtos com retinaldeído – vulgarmente referido como retinal – visto ser apenas uma etapa de conversão e por isso seria mais eficaz, mas nem todas as fórmulas são estáveis.
A partir desses mecanismos biológicos, essa substância química favorece especialmente aqueles que desejam tratar rugas finas, manchas, poros dilatados, espinhas ou cravos e melhorar a aparência da pele. Essa soma de atributos explica que os produtos feitos com retinol e seus derivados têm um papel crescente na indústria de cosméticos e cuidados pessoais.
Nesse artigo damos algumas recomendações para otimizar os resultados deste composto, bem como os cuidados e casos necessários em que é contra-indicado.
Em que casos o retinol deve ser usado?
Acima de 25 anos, quase todas as peles são candidatas ao retinol. É o produto de menor potência na família dos retinóides, especialmente em comparação com o retinaldeído e o ácido retinóico.
Qual é a estratégia mais apropriada para aplicá-la?
O melhor horário é à noite, pois interfere com a luz do sol. No que diz respeito às suas formulações, o gel é recomendado para peles mais oleosas e com tendência a acne; cremes ou gel-creme para pele normal e óleo para pele seca.
Qual a diferença entre o retinol e o ácido retinóico?
Diferente do ácido retinóico, que deve ser usado só à noite e evitando a exposição ao sol, o retinol em sua forma estável, como o palmitato de retinol, pode ser usado em fórmulas diurnas.
Quais são as vantagens do formato de óleo?
O formato do óleo ajuda o retinol a penetrar melhor e também o torna mais tolerável à pele sensível e seca.
É aconselhável aplicar em paralelo com outros produtos?
É muito importante combiná-los com hidratantes para evitar ressecamento e irritação da pele e com filtro solar pela manhã para evitar manchas na pele irritada.
Que alimentos contêm retinol?
Está presente em frutas como ameixas, tangerinas, melão, mangas, pêssegos e toranja rosa.No caso de vegetais, tomate, batata doce, abóboras, espinafre, banana, couve-flor, pimenta vermelha, cenoura, mostarda, escarola e alface, acelga e brócolis.
O inverno é o momento ideal para marcar uma consulta com o dermatologista. O clima frio danifica a pele, especialmente a exposta ao frio, tornando-a a estação ideal para reforçar o seu cuidado.
Contra-indicações de retinol
Apesar de seus benefícios, o retinol pode ter efeitos colaterais, especialmente em altos níveis de concentração ou em sua forma de ácido retinóico. Segundo a dermatologista Mariana Fernandes, alguns dos sintomas associados são: coceira, dermatite, descamação e queimaduras, que ocorrem principalmente em pessoas com pele sensível, que usam outros produtos de renovação ou regeneração em paralelo ou que não seguem as instruções de uso dadas pelo dermatologista.
Portanto, é recomendado incorporar progressivamente os produtos retinol nos hábitos de cuidados pessoais. No início, você deve usar baixas concentrações e aumentar a dose à medida que a pele se acostuma. Da mesma forma, a frequência da aplicação deve ser levada em consideração a partir de dois dias por semana em dias espaçados, e aumentada à medida que a pele se adapta, para a qual recomenda o uso de hidratantes em combinação.
Como este produto químico reage negativamente à luz, é recomendável evitar a exposição ao sol, pois pode causar manchas. Outra contra-indicação importante diz respeito à gravidez – já que os retinóides podem afetar o feto – e a amamentação, períodos em que cremes, loções ou suplementos que o contêm devem ser suspensos.
Quando evitar o retinol?
Embora traga benefícios importantes para a pele aplicada corretamente, é necessário tomar proteção nos seguintes casos:
- Utilize após limpeza ou esfoliação – Como esses procedimentos podem irritar a pele, é recomendável aguardar no mínimo 10 minutos antes de usar qualquer fórmula de retinol.
- Exposição ao sol
- Dado o efeito do retinol na camada mais externa da pele, a longo prazo.
- Pode torná-la mais sensível e aumentar a probabilidade de queimaduras se não estiver usando filtro solar.
- Irritação
- A aplicação em uma pele não habitual – assim como doses excessivas – pode causar irritação, vermelhidão, secura e até escamas. Nestes casos, recomenda-se suspendê-lo e experimentar um hidratante suave por alguns dias e procurar o dermatologista.
- Medicamentos para acne. Mistura de ambos os tratamentos pode reduzir os resultados e causar mais irritação, vermelhidão e até queimaduras. Nesse sentido, o cuidado mais importante é evitar a combinação com medicamentos para espinhas que contêm ácido salicílico, ácido glicólico que não foram prescritos e orientados pelo médico.
- Depilação. Considerando o efeito do retinol na camada superficial da epiderme, mais exposta a irritações, a regra é suspendê-lo pelo menos uma semana antes deste procedimento estético.
Alergia ao retinol
Muitas pacientes queixam-se de alergia ao retinol e ácido retinóico porque apareceram bolinhas na pele, vermelhidão ou irritação após o uso. Muitas das vezes essas são reações que podem acontecer no início do tratamento e que não caracterizam uma alergia propriamente dita. Deve-se voltar no dermatologista para ele avaliar se realmente o ocorreu uma alergia, que é menos comum ou se é uma reação comum da medicação que melhora com o espaçamento do tratamento ou com concentrações menores dos produtos.
